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Quem é Friedrich Merz: O Rivais de Merkel em Direção à Chancelaria da Alemanha

  • Foto do escritor: George Michael
    George Michael
  • 24 de fev.
  • 5 min de leitura
Líder da direita moderada rompeu um tabu ao aceitar o apoio da AfD, partido radical de direita e anti-imigração.
Líder da direita moderada rompeu um tabu ao aceitar o apoio da AfD, partido radical de direita e anti-imigração.

Friedrich Merz: O Rival de Merkel em Rumo à Chancelaria da Alemanha


Com os resultados das pesquisas de boca de urna, Friedrich Merz, líder da União Democrata Cristã (CDU), está posicionado para se tornar o próximo chanceler da Alemanha. As projeções indicam que seu partido deve conquistar aproximadamente 29% dos votos, e agora a questão que se coloca é com quem ele poderá formar uma coalizão.


Descrito por seus apoiadores como um antídoto para a crise de confiança na Europa, Merz, de 69 anos, é um rosto familiar da velha guarda da CDU. Politicamente, ele pode não parecer estimulante, mas promete oferecer à Alemanha uma liderança mais assertiva e enfrentar os desafios do país nos próximos quatro anos. Sua tentativa audaciosa no mês passado de fortalecer as regras de migração, com o apoio de votos da extrema direita no parlamento, demonstrou sua disposição em quebrar tabus.

Essa abordagem representou uma clara ruptura com a postura mais centrista que a CDU manteve sob Angela Merkel. Embora Merz não tenha conseguido alterar a lei, sua iniciativa causou alvoroço em uma campanha eleitoral deflagrada pelo colapso do governo do chanceler Olaf Scholz no final do ano passado.

Notoriamente marginalizado por Merkel antes de sua ascensão ao cargo de chanceler, Merz chegou até a deixar o parlamento osições corporativas lucrativas, sendo muitas vezes visto como uma figura do passado. Contudo, agora ele parece pronto para conquistar o cargo que almejou por tanto tempo.


Uma Jornada Tortuosa


Em 23 de janeiro, um mês antes das eleições federais antecipadas na Alemanha, centenas de pessoas se reuniram em um hotel cinco estrelas em Berlim para ouvir Merz discursar sobre política externa. Apesar do burburinho no salão do Hotel de Rome não ser exatamente eletrizante, a atmosfera era bastante diferente daquela observada 20 anos atrás, quando sua carreira política parecia ter chegado ao fim.

Merz, que é piloto licenciado, foi criticado em 2022 por voar em seu avião particular até a ilha de Sylt para o casamento do colega político Christian Lindner. Ao subir ao palco, recebeu aplausos educados, revelando sua ascensão como líder da oposição conservadora.

Com sua estatura alta, corpo magro, terno e óculos, Merz projeta uma imagem calma, convencional e profissional, enquanto tenta mostrar disposição para o poder. No entanto, sua trajetória até aqui foi repleta de desafios.

Merz nasceu em Brilon, no oeste da Alemanha, em 1955, em uma família católica conservadora de destaque. O pai dele atuou como juiz local, e sua esposa, Charlotte, também seguiu uma carreira no direito.

Desde jovem, Merz ingressou na CDU enquanto ainda estava na escola. Em uma entrevista há 25 anos, ele mencionou ter tido uma juventude mais agitada do que seu currículo conservador poderia sugerir. Entre suas travessuras da adolescência, ele falou sobre corridas de moto pelas ruas e encontros com amigos em barracas de salgados. Uma festa à qual ele se referiu, no entanto, terminou com um grupo de estudantes urinando coletivamente em um aquário da escola.

Embora haja ceticismo sobre a veracidade das histórias de rebeldia de Merz, pessoas que o conhecem afirmam que ele aprecia uma boa cerveja e pode ser realmente divertido, embora poucos consigam compartilhar anedotas que comprovem isso.


Ambição e Conflitos com Merkel


Após concluir o ensino médio, Merz prestou serviço militar e depois se formou em Direito. Casou-se com Charlotte Gass em 1981 e o casal teve três filhos. Ele trabalhou como advogado por alguns anos, mas seu interesse pela política se manteve ativo, levando-o a ser eleito para o Parlamento Europeu em 1989, aos 33 anos.

Dagmar Roth-Behrendt, que se tornou eurodeputada na mesma época pelo Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), de centro-esquerda, recorda do jovem Merz como sério, confiável e educado. "Ele tinha uma leveza que parece menos evidente agora", observa.

Merz logo transitou da política europeia para o Bundestag, em 1994, onde rapidamente se destacou como um proeminente membro da ala direita e tradicionalista do partido. Klaus-Peter Willsch, um colega de longa data, descreve Merz como "um orador excepcional e um pensador profundo", destacando seu espírito combativo.

Suas duas primeiras tentativas de liderar o partido, em 2018 e janeiro de 2021, ainda evidenciam sua batalha para conquistar as bases. No início dos anos 2000, suas ambições foram frustradas quando ele foi derrotado por Merkel em uma disputa pelo poder dentro da CDU. As personalidades contrastantes de Merz, um advogado confiante do oeste, e Merkel, uma tímida química quântica do leste, dificultaram qualquer entendimento.

Em um breve relato autobiográfico no site da CDU, Merz menciona sua decisão em 2009 de deixar o parlamento para "abrir espaço para reflexão". Esse período de introspecção o levou a construir uma carreira de sucesso em finanças e direito corporativo, tornando-se executivo em empresas internacionais e, supostamente, acumulando uma considerável fortuna.

Demorou mais de uma década para que ele retornasse ao parlamento, onde vem tentando desmantelar a abordagem mais centrista que a CDU adotou sob Merkel.


Ruptura e Aliança com a Direita Radical


Um momento decisivo ocorreu no final de janeiro, quando Merz apoiou uma moção não vinculativa que propunha regras de imigração mais rigorosas, contando com o apoio do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Embora tenha insistido que não houve colaboração direta com a AfD, sua postura gerou protestos massivos e foi criticada por Merkel.

Essas intervenções foram raras para alguém que governou a Alemanha por 16 anos. Seus opositores consideraram a jogada eleitoral imperdoável, enquanto alguns apoiadores acreditavam que ele estava habilmente seduzindo eleitores da extrema direita.

Merz também se alienou setores mais moderados do eleitorado em outras ocasiões, como ao votar contra a criminalização do estupro conjugal na década de 1990. Depois, justificou sua posição, afirmando que considerava o ato um crime, mas que havia outras questões no projeto que o incomodavam.

Pesquisas apontam que ele não goza de uma popularidade expressiva entre os jovens e as mulheres, mas Klaus-Peter Willsch crê que a imagem de Merz criada pela mídia é injusta. "Tive várias interações com ele no meu distrito eleitoral", diz ele. "Depois, as mulheres vêm e dizem que ele é um cara legal."

Charlotte Merz também o defendeu, revelando ao jornal Westfalenpost: "O que algumas pessoas escrevem sobre a imagem que meu marido tem das mulheres simplesmente não é verdade." Ela descreve um casamento baseado em apoio mútuo, onde ambos cuidavam das responsabilidades familiares e profissionais de forma equilibrada.

Independentemente das críticas, um diplomata da União Europeia expressa otimismo, afirmando que Bruxelas aguarda ansiosamente a chegada de Merz. "Chegou a hora de superar esse impasse alemão e fazer a máquina funcionar novamente."

Esta reportagem foi escrita e revisada por jornalistas com apoio de IA na tradução, como parte de um projeto piloto.

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